segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PdC Outubro 2011











Editorial


Antonio Capelesso



Como sabemos, o Papa Bento XVI convocou para outubro de 2012 a XIII Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos para tratar da “nova evangelização”. Essa Assembléia sinodal terá por objetivo analisar a situação atual das Igrejas Particulares, para traçar novas formas e expressões da Boa Notícia que deve ser transmitida ao homem contemporâneo, com renovado entusiasmo. A recente criação do Conselho Pontifício para a promoção da “nova evangelização”, responde igualmente a esta necessidade.


Secularização


Vivemos numa época de profunda secularização, em que se perdeu a capacidade de ouvir e compreender as palavras do Evangelho como uma mensagem viva e revigorante. A secularização apresenta-se, hoje, através da imagem positiva da libertação, da possibilidade de imaginar a vida do mundo e da humanidade sem fazer referência à transcendência. Essa levou a desenvolver uma mentalidade na qual Deus foi posto de parte da existência e da consciência humana, total ou parcialmente.

Segundo o Papa, o risco de perder os elementos fundamentais da gramática da fé é uma realidade, com a consequência de cair na atrofia espiritual e num vazio do coração, ou, pelo contrário, em sucedâneos de pertença religiosa e de vago espiritualismo. Nós sabemos que não pode evangelizar, quem antes não foi evangelizado, quem não foi, pessoalmente, objeto de evangelização.


Encontro com Cristo


O Papa Bento XVI nos recorda que, “no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. Por isso, é preciso reacender em nós o zelo das origens, deixando-nos invadir pelo ardor da pregação apostólica que se seguiu ao Pentecostes. Devemos reavivar em nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: «Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor. 9, 16).


Nova evangelização


A nova evangelização supõe refazer o tecido cristão da sociedade humana, reconstituindo a vida das comunidades cristãs; ou seja, ajudar a Igreja a continuar a estar presente nas casas dos seus filhos e das suas filhas, para animar as suas vidas e encaminhá-las para o Reino que está para vir.
Isso supõe o renascimento espiritual da vida de fé das Igrejas locais e o início de percursos de discernimento das mudanças que afetam a vida cristã nos diferentes contextos culturais e sociais. Supõe releitura da memória da fé, assunção de novas responsabilidades e novas energias, em vista de uma proclamação alegre e contagiante do Evangelho de Jesus Cristo.

Nova evangelização significa ainda partilhar com o mundo os seus anseios de salvação, e apresentar as razões da nossa fé, comunicando o Logos da esperança (cf. 1 Pd. 3, 15). Os seres humanos precisam da esperança para viver o presente. O conteúdo desta esperança é aquele Deus de rosto humano que nos amou até ao fim. De 17 a 20 de outubro acolheremos, na Mariápolis Ginetta, vários diáconos e presbíteros que desejam, à luz da espiritualidade de comunhão, aprofundar a realidade da nova evangelização. Confiantes na luz de Deus, fruto da presença de Jesus na comunidade reunida em seu nome, estamos confiantes, pedindo as graças de Deus.