quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PdC-Novembro 2011




Editorial


Antonio Capelesso

A vida da Igreja no mundo de hoje é repleta de desafios. No entanto, se a contemplarmos com o olhar de Deus que é Amor, perceberemos que, em cada um destes desafios está contido um chamado e uma nova oportunidade: o convite a uma grande renovação. Neste número de Perspectivas de Comunhão publicaremos algumas reflexões sobre a “nova evangelização”, apresentadas por ocasião do Congresso Sacerdotal realizado de 17 a 20 de outubro de 2011, na Mariápolis Ginetta.

A secularização
Vivemos numa época de profunda secularização, em que se perdeu a capacidade de ouvir e compreender as palavras do Evangelho como uma mensagem viva e revigorante. A secularização levou-nos a desenvolver uma mentalidade na qual Deus, é posto de parte da existência e da consciência humana.
Hoje, os meios de comunicação social oferecem enormes possibilidades e representam um dos grandes desafios para a Igreja. Assiste-se à perda do valor objetivo da experiência da reflexão e do pensamento, reduzida em muitos casos, a puro lugar de confirmação do próprio sentir.

Novos ídolos
Vivemos num período histórico que ainda não se recuperou da estupefação suscitada pelas constantes metas que a investigação científica e tecnológica tem sido capaz de superar.
Todos nós podemos sentir na vida diária os benefícios trazidos por estes progressos. No entanto, a ciência e a tecnologia correm o risco de se tornarem os novos ídolos do presente.

Crise de importância
Com o avanço da secularização, as Igrejas cristãs experimentam uma crescente crise de importância. Para um número sempre maior de pessoas Deus e a Igreja são simplesmente insignificantes. Diante desta situação, há necessidade de um empenho totalmente novo na transmissão da fé.

Sinais de Renovação
O Concílio Vaticano II que recolheu o influxo positivo de muitos movimentos de renovação apresentou uma nova imagem da Igreja, não mais como sociedade e sim como comunidade, como sacramento de unidade com os irmãos e com Deus.
Bento XVI, desde o início de seu pontificado, sublinha um aspecto fundamental destacando que é urgente levar Deus à humanidade de hoje. A Igreja deve concentrar-se toda nisto: dar Deus, testemunhar Deus.

A grande prioridade
Diante disso, precisamos considerar que, se a essência da vida da Igreja é ser comunhão, se a sua característica missão é aquela de fazer se alastrar no mundo relacionamentos de unidade que encontram na Santíssima Trindade seu insuperável modelo e seu espaço vital, nós não podemos relegar essa tarefa, concentrando os nossos esforços em outras realizações mesmo que importantes na Igreja.
Nossa plena resposta à iniciativa de Deus e a plena realização da Igreja consiste em dar Deus ao mundo, dar Jesus que toma corpo em nós e entre nós, Jesus em meio às pessoas (cf. Mt 18, 20) como fonte de vida e de novos relacionamentos. Esta se manifesta sempre mais para a Igreja de hoje como a prioridade das prioridades.

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